Meu apoio ao Movimento Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos no SUS “Acesso à Saúde: meu direito é um dever do Estado”
Charles Renan, Ivone de Paula e Leandro Soares Machado |
O secretário estadual
da Saúde, Michele Caputo Neto, afirmou na última segunda-feira (13), em audiência
pública na Assembleia Legislativa do Paraná, que o Governo do Estado apoia o
movimento nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos por mais recursos
federais para o Sistema Único de Saúde.
“O Governo do Paraná
reconhece a importância das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos para o
sistema público de saúde, tanto que tem investido fortemente nessas
instituições com recursos para custeio, obras e equipamentos”, disse Caputo
Neto, na audiência com os deputados, em que a Federação das Santas Casas de
Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do Paraná (Femipa) apresentou a situação
do setor.
Caputo anunciou que a
partir de outubro, os incentivos de custeio pelo programa Hospsus serão
ampliados e que os hospitais filantrópicos de pequeno porte também poderão ser
incluídos na fase 3 do programa.
INVESTIMENTOS - Desde
2011, o Governo do Paraná já destinou R$ 286 milhões para custeio e
investimentos nos hospitais filantrópicos do Paraná. Isso tem viabilizado a
ampliação de serviços essenciais à população, como a oferta de mais leitos
gerais e de UTI para o SUS, além da abertura de novas unidades especializadas,
como é o caso do Centro de Oftalmologia da Santa Casa de Paranavaí, que, com o
apoio do Estado, atende a população da região desde 2014.
REDUZINDO LEITOS – O
presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais
Filantrópicos do Paraná (Femipa), Luiz Soares Koury, afirma que os hospitais
filantrópicos do Brasil inteiro passam por dificuldades crescentes em
decorrência da baixa remuneração pelos serviços prestados ao SUS. Segundo ele,
para cada R$ 100,00 aplicados em serviços, o Ministério da Saúde somente
ressarce R$ 60,00.
“Alguns hospitais estão
reduzindo leitos, outros fechando as portas e a grande maioria se endividando
para poder continuar a oferecer serviços à população. Essa situação gerou uma
dívida de R$ 21 bilhões no Brasil inteiro e é preciso encontrar uma solução,
mas o Ministério tem se mostrado insensível”, relata Koury.
CARTA - O movimento
nacional, liderado pela Confederação Brasileira dos Hospitais Filantrópicos
(CMB), enviou carta endereçada ao ministro da Saúde, Arthur Chioro, relatando a
situação de precariedade que as instituições vivem no Brasil em decorrência da
falta de correção da tabela de procedimentos oferecidos ao SUS.
No documento, são
detalhadas as situações de desgaste das instituições e a necessidade de novas
portarias que corrijam a situação.
Para o secretário
Caputo Neto, o subfinanciamento federal da Saúde vem se intensificando. “Em
fevereiro, vimos a Câmara Federal sepultar o movimento popular Saúde + 10, que
pedia mais recursos da União para o SUS e, se não bastasse isso, o orçamento do
Ministério da Saúde de 2015 sofreu corte de mais de R$ 11,7 bilhões. Tudo isso
tem fragilizado o sistema e sobrecarregado estados, municípios e prestadores de
serviços. Não podemos assistir a essa situação calados”, finalizou o
secretário.
A manifestação de segunda-feira se repetiu nas demais capitais do país com o objetivo de
sensibilizar a população e as lideranças políticas. No dia 4 de agosto, a CMB
deverá realizar evento em Brasília com a participação de hospitais
filantrópicos de todo Brasil.
Fonte: Estado do paraná