O encerramento do Encontro Brasileiro de Administração (Enbra) 2025 foi marcado por uma palestra magistral que uniu o legado e o futuro da gestão no Brasil. Conduzida pelo renomado professor Idalberto Chiavenato e seu neto, Lucas Chiavenato, a apresentação ofereceu um panorama histórico e uma visão prospectiva das transformações que moldam e continuarão a moldar o papel do administrador.
Para profissionais como Leandro Soares Machado, que atua como Mentor em Administração e Consultor em Educação, as reflexões do evento são mais do que tendências: são um chamado à ação para a formação de professores e líderes capazes de navegar em um cenário de complexidade crescente.
O Legado de Chiavenato e a Evolução da Administração Brasileira
Com a autoridade de quem ajudou a formar gerações de gestores, Idalberto Chiavenato iniciou sua fala revisitando as três grandes eras da administração no país, em comemoração aos 60 anos de regulamentação da profissão.
A Era do Controle (1965-1985)
Neste primeiro período, o foco das empresas era a rigidez e o controle. As principais características eram:
Estruturas Organizacionais Rígidas: Hierarquias verticalizadas e centralizadas.
Foco no Planejamento: Planos de longo prazo e sistemas de supervisão direta.
Padronização de Processos: O administrador atuava como um "arquiteto de sistemas de controle".
Era um modelo que privilegiava a previsibilidade em um mercado ainda fechado e com pouca concorrência externa.
A Era da Qualidade e do Cliente (1985-2005)
Com a abertura dos mercados e o fim do regime militar, a competição internacional forçou uma modernização. A gestão mudou seu foco para:
Competitividade e Qualidade: Implementação de programas de Qualidade Total e certificações ISO.
Informatização: Surgimento dos primeiros sistemas ERPs, automatizando processos.
Foco no Cliente: Uma mudança de paradigma da produção em massa para a satisfação das necessidades do consumidor.
A Era Digital e do Propósito (2005-2025)
A revolução digital transformou radicalmente os modelos de negócio. O cenário passou a ser dominado por:
Economia do Conhecimento: O capital intelectual se tornou o ativo mais valioso.
Gestão Ágil: Metodologias flexíveis para responder rapidamente às mudanças.
Trabalho com Propósito: A busca por significado e impacto social tornou-se um diferencial para atrair e reter talentos.
Líder Digital: Um perfil inovador, focado em desenvolver talentos e gerenciar mudanças constantes.
Na visão de Leändro Soares Machado, a palestra dos Chiavenato no ENBRA 2025 transcende a análise técnica e reforça uma convicção central de seu trabalho como Consultor em Educação e Mentor em Administração: a tecnologia potencializa, mas é o propósito humano que transforma. A transição de uma gestão de controle para uma de liberação de potencial é o reflexo de uma sociedade que anseia por mais significado. Para Leändro, o desafio na formação de professores e de novos líderes, seja na liderança e gestão pública ou privada, não é apenas ensinar a usar ferramentas ágeis ou a interpretar dados, mas a cultivar uma liderança adaptativa, ética e com profundo senso de impacto socioambiental. A verdadeira inovação está em construir ecossistemas onde a tecnologia sirva à colaboração humana e ao bem comum.
O Futuro é Agora: A Visão de Chiavenato para 2025-2045
Olhando para frente, Idalberto Chiavenato destacou que a Amazônia se torna um laboratório para a administração do futuro, um centro global de inovação em sustentabilidade que une conhecimento tradicional e tecnologias avançadas. A bioeconomia deixa de ser um nicho para se tornar o centro do pensamento administrativo.
O administrador do futuro precisará de habilidades como:
Liderança Adaptativa e Regenerativa: Focada em regenerar ecossistemas e não apenas em sustentá-los.
Integração de Pessoas, Cultura e Tecnologia: Orquestrar a colaboração em ambientes híbridos e autônomos.
Gestão de Impacto Socioambiental: Com métricas claras e resultados mensuráveis.
Colaboração em Ecossistemas Complexos: Atuar em rede com múltiplos parceiros.
“O futuro da administração brasileira depende de nossa capacidade de integrar inovação, sustentabilidade e propósito para gerar valor genuíno para a sociedade”, concluiu Chiavenato.
As 4 Tendências Globais Apresentadas por Lucas Chiavenato
Trazendo a perspectiva da nova geração, Lucas Chiavenato sintetizou as tendências globais em quatro pilares essenciais que dialogam diretamente com os desafios atuais da liderança e gestão pública e privada.
Tecnologia e Dados: A transformação digital, o uso de Inteligência Artificial e a tomada de decisões orientadas por dados não são mais opcionais. A gestão ágil é o método para implementar essa mudança.
Adaptabilidade e Resiliência: A longevidade de empresas centenárias, como a Dupont, demonstra que a capacidade de se reinventar e ser flexível é mais importante do que a rigidez estratégica.
Pessoas e Cultura: A liderança distribuída, a gestão do propósito e a habilidade de lidar com equipes interculturais e intergeracionais são cruciais. A administração moderna, segundo ele, evoluiu de "controlar pessoas para liberar o potencial humano".
Sustentabilidade e Impacto: O ESG (Ambiental, Social e Governança) está no centro dos negócios. A economia circular e a gestão de ecossistemas são imperativos para a sobrevivência e o crescimento.
Lucas ainda provocou a audiência ao abordar o dilema das empresas familiares, que precisam abandonar a aversão ao risco e abraçar a digitalização para não desaparecerem.
Um Convite à Ação
As transformações na administração são profundas e contínuas. Estar preparado não é uma opção, mas uma necessidade. Se você busca desenvolver uma liderança adaptativa e estratégica para navegar neste novo cenário, precisa de um direcionamento claro.
Conheça a consultoria e mentoria de Leändro Soares Machado e prepare-se para liderar o futuro da gestão.